Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e
Relatório com as principais notícias divulgadas pela mídia relacionadas com a agricultura Área Temática: Crédito para a Agricultura Familiar Período de Análise: julho de 2010.
Sítio eletrônico da Agência Carta Maior
Explode demanda por títulos do agronegócio – Mauro Zanatta – Valor Econômico – Agronegócios – 27/07/2010 . 3 Plano Safra 2010/2011 vigora a partir de hoje com recursos disponíveis nos bancos federais - Luciane Bosenbecker - Imprensa Fetrafsul - 02/07/2010 . 4 Agricultores já renegociam dívidas – Mauro Zanatta – Valor Econômico – Capa – 29/07/2010 . 5 Margem cai e produtor já renegocia dívidas – Mauro Zanatta – Valor Econômico – Agronegócios – 29/07/2010 . 6
Explode demanda por títulos do agronegócio – Mauro Zanatta – Valor Econômico – Agronegócios – 27/07/2010
A emissão de títulos do agronegócio por bancos, agroindústrias, cooperativas e
produtores rurais somou R$ 92,2 bilhões no primeiro semestre de 2010. Estimulados por boas margens e benefícios fiscais, mas ainda dependentes de ajustes regulatórios do governo, os novos papéis registraram 15,3 mil operações em seis meses.
Em 2009, as emissões desses títulos somaram R$ 65 bilhões em 18,2 mil
operações. O volume negociado em 2010 equivale a todos os recursos aplicados em crédito rural na agricultura empresarial e familiar durante a safra 2009/10, encerrada em junho.
No acumulado desde 2005, já foram emitidos R$ 201,4 milhões em quase 50 mil
operações com papéis do agronegócio.
Os bancos são os principais responsáveis pela explosão nos negócios. As letras
de crédito do agronegócio (LCAs), emitidas pelos bancos com lastro em recebíveis do agronegócio, respondem por quase 97% dos registros feitos na BM&F Bovespa e Cetip.
Nesse ritmo, as emissões acumuladas devem superar R$ 300 bilhões até o fim
deste ano. Os bancos estimavam chegar a R$ 400 bilhões apenas em 2014.
Mesmo assim, já apontam a falta de recebíveis para atender à forte demanda
pelos papéis. “Há um apetite muito grande por LCAs.
Hoje, o problema é a falta de papéis porque já virou operação de prateleira”,
afirma o diretor da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Ademiro Vian.
O sistema de registro apontava um estoque de R$ 12,4 bilhões de operações “em
aberto” até 30 de junho. “Esse negócio cresce porque é mais rentável para todas as pontas. E o cenário macroeconômico de aumento de juros não deve afetar a rentabilidade”.
Os títulos foram criados há cinco anos para captar recursos privados ao
financiamento do agronegócio, mas ganharam peso no mercado como fontes alternativas de crédito e opção de alta rentabilidade a bancos e seus clientes “private”, de alta renda.
Os títulos atraem cada vez mais investidores por seu baixo risco, alta liquidez e
da garantia lastreada na produção. O custo de operação é taxa Selic mais 2% ou 3% ao ano.
Além disso, há os benefícios fiscais dos papéis. As agroindústrias, por exemplo,
não pagam Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A cada R$ 1 milhão emprestado, calcula Ademiro Vian, a empresa deixa de pagar R$ 18,8 mil, além de melhorar os índices de liquidez em seu balanço.
Os bancos são isentos do depósito compulsório de 25% sobre essas emissões,
não precisam cobrir 100% do risco das operações e driblam os 0,2% obrigatório ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que afiança até R$ 60 mil por pessoa.
Os investidores têm isenção de Imposto de Renda (IR). A cada R$ 1 milhão
investido, a “economia” chega a R$ 19 mil com IR. As tradings também usam os papéis para captar recursos mais baratos e reduzir custos financeiros de “carregar” dívidas de produtores.
De 2005 para cá, houve reforço legal para a blindagem jurídica dos papéis, como
a garantia de alienação fiduciária. Mas ainda persistem dúvidas de fundo. A Febraban pede mais regulação pelo Banco Central, como a obrigação de segregação da contabilidade e a garantia de exclusividade das emissões às empresas do agronegócio.
“Deveria haver uma obrigação de aplicação de parte desses recursos em crédito rural”, afirma Ademiro Vian, também professor da FGV.
Os operadores dos títulos também apontam a necessidade de revisão da “Lei da
CPR”, um dos principais recebíveis usados como lastro nas emissões. “O governo precisa acabar com a ‘CPR de gaveta’, obrigar o registro em uma central e restringir a emissão somente a quem tem lastro na produção”, recomenda o diretor da Febraban.
Vian alerta para a criação de um “subprime” desses títulos, já que os controles
sobre as CPRs são falhos.“Tem caso de quatro CPRs para o mesmo produto, CPR prorrogada.Podemos, sim, ter um ‘subprime’ da CPR”, avalia ele.
O BC informa que avalia formas de regular os títulos no sistema financeiro,
como medidas para incentivar o registro de CPRs em um sistema único.
Plano Safra 2010/2011 vigora a partir de hoje com recursos disponíveis nos bancos federais - Luciane Bosenbecker - Imprensa Fetrafsul - 02/07/2010
Os recursos para financiamentos do Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar (Pronaf) previstos no Plano Safra 2010/2011 já estão disponíveis na rede bancária federal para acesso dos agricultores familiares que pretendem investir nas suas propriedades. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, lembra que hoje não acontece mais o que antigamente era comum: o dinheiro demorava 90 dias para estar disponível na rede bancária. "Hoje, no primeiro dia útil do Plano, o dinheiro já está disponível para que o agricultor possa se planejar", disse.
A declaração foi feita nesta quinta-feira, 1º de julho, durante participação do
ministro no Encontro do Cooperativismo Solidário e da Agricultura Familiar, em Francisco Beltrão (PR). Na ocasião, foi celebrado o primeiro contrato dentro do Plano Safra 2010/11, no valor de R$ 7 mil, para um casal de agricultores do municipio para o custeio da safra de feijão. Cassel também anunciou que o Paraná terá R$ 2,3 bilhões para investimentos no Plano Safra 2010/2011 da Agricultura Familiar.
O Plano Safra prevê a disponibilização de R$ 16 bilhões para oferta de crédito
com redução de juros de custeio de 5,5% para 4,5% e no investimento opera com uma redução de 5% para 4%. O ministro também ressaltou a importância do Programa Mais Alimentos dentro do Plano Safra, que vem sendo responsável pela dinamização e modernização acelerada da agricultura familiar. "O impulso da modernização veio com o Programa Mais Alimentos, que ampliou o limite de financiamento individual para R$ 130 mil e a possibilidade de crédito coletivo de até R$ 500 mil reais", disse Cassel. Só nos primeiros dois anos do programa foram mais de 30 mil equipamentos comercializados.
No encontro também foi celebrado os 15 anos da CRESOL - Sistema de
cooperativas de crédito rural com integração solidária. O ministro ressaltou a importância de sistemas como a CRESOL. "Não adianta criar políticas públicas se o agricultor na base não tiver capacidade de acessar. Sistemas cooperativados como a CRESOL têm a tarefa de organizar os agricultores para que eles se apropriem das políticas públicas do Governo Federal para melhorarem sua propriedade", comentou o ministro.
Cassel destacou ainda que o Brasil todo já enxerga a agricultura familiar com
outros olhos. "Hoje, a sociedade brasileira reconhece que a agricultura familiar é um setor dinâmino da nossa economia, muito moderno, muito podutivo. O último senso agropecuário mostrou isso de forma incontestável, que a agricultura familiar se relaciona melhor com o meio ambiente, que permite um maior contingente de pessoas ocupadas no campo e é mais produtiva que a agricultura de escala", disse.
Um dos exemplos citados foi o Programa Mais Alimentos, que vem
produzindo uma modernização acelerada da agricultura familiar. O ministro ressaltou que "esta modernização é fundamental". Ele lembrou que a agricultra familiar é responsável pela produção de 70% do que é consumido no dia a dia, sendo responsável direta pela segurança alimentar do País.
Agricultores já renegociam dívidas – Mauro Zanatta – Valor Econômico – Capa – 29/07/2010
Diante de um cenário de forte redução das margens, baixa capacidade de
endividamento e fluxo de caixa reduzido, produtores de grãos já começaram a renegociar em bancos públicos e privados algumas dívidas de custeio da safra 2009/10, além de débitos de investimento e passivos repactuados em anos anteriores.
O governo avalia dar fôlego ao segmento por meio de uma moratória nessas
dívidas. O Ministério da Agricultura finaliza estudos para convencer o Ministério da Fazenda a dar um prazo de carência aos débitos rurais, apurou o Valor.
Os bancos resistem por temer o impacto em seus balanços e a equipe econômica
do governo rejeita absorver mais custos fiscais em um ano eleitoral.
Na avaliação de uma instituição financeira, é preciso socorrer produtores de
milho e trigo do Paraná e do Centro Oeste, e arrozeiros do Rio Grande do Sul. O cenário é mais negativo para o milho e a soja, que compõem quase 90% da safra total de grãos. Página B12
Margem cai e produtor já renegocia dívidas – Mauro Zanatta – Valor Econ6omico – Agronegócios – 29/07/2010
Atingidos por um cenário de estreitamento das margens, baixa capacidade de
endividamento e reduzido fluxo de caixa, produtores de grãos já começaram a renegociar em bancos públicos e privados algumas dívidas de custeio da safra 2009/10, além de débitos de investimento e passivos repactuados em anos anteriores.
O governo foi alertado pelas instituições sobre as dificuldades financeiras e
avalia dar fôlego ao segmento por meio de uma “moratória” nessas dívidas. O Ministério da Agricultura finaliza estudos técnicos para convencer o Ministério da Fazenda a adotar um prazo de carência nos débitos rurais, apurou o Valor . Os bancos resistem por temer impactos em seus balanços, e a equipe econômica do governo rejeita absorver mais custos fiscais em um ano eleitoral.
Em maio de 2008, o governo renegociou um pacote de R$ 75 bilhões em dívidas
Mesmo com a oposição de parte do governo, o fato é que as margens
Em alguns casos, empataram ou ficaram negativas. Câmbio desfavorável, preços
em queda, estoques de alimentos em alta e previsão de super oferta com nova safra recorde pressionam os resultados. Na avaliação de uma instituição financeira, é preciso socorrer produtores de milho e trigo do Paraná e do Centro-Oeste, além dos arrozeiros do Rio Grande do Sul.
Um estudo interno de um agente, corroborado por especialistas do setor, mostra
um forte aperto nas margens dos produtores na safra 2009/10. O cenário é mais negativo para milho e soja, que respondem por quase 90% da safra total de grãos do país. A situação fica mais clara quando se compara custos diretos de produção com preços os projetados em setembro de 2009, na época do plantio da última safra, e os preços médios recebidos em junho de 2010.
No Paraná, por exemplo, a soja tinha uma previsão de margem de 91%, mas
levou um tombo, recuando para apenas 40%, segundo a avaliação da instituição. Em Mato Grosso, a margem da soja caiu de 59% para 11%. No caso do milho, a diferença recuou de 48% para 4% no Paraná. Em Mato Grosso, foi muito pior: passou da previsão de 27% para um prejuízo de 40%.
Carro-chefe da produção nacional, a soja tinha, na época do plantio da última
safra, projeção de margens superiores a 60% nas principais regiões produtoras. Mas os preços caíram 30% na comercialização.
No norte do Paraná, o preço médio da saca despencou de R$ 44,60 para R$
31,40. As cotações em Chicago recuaram e o câmbio teve valorização de 19% nesse intervalo.
E, mesmo com a China comprando forte, o mercado passou da demanda para
oferta. A safra abundante nos Estados Unidos, Brasil e Argentina recuperou estoques. E há nova previsão de boas colheitas ao redor do globo.Mesmo com projeções melhores para a safra 2010/2011, prevê-se dificuldades para honrar dívidas com tradings, fornecedores, bancos. Os produtores lembram que, em Mato Grosso, a rentabilidade acumulada desde o ciclo 2004/2005 está negativa em R$ 471 por hectare. “Temos avisado o governo de que as margens são negativas em várias regiões produtoras importantes”, diz o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (A prosoja Brasil), Glauber Silveira.
Fundamental para o equilíbrio dos preços da proteína animal, o milho tem um
cenário financeiro ainda mais grave. A redução da área de plantio na última safra, que poderia significar preços mais altos, projetava margens folgadas.
Mas os estoques subiram muito em razão da safra recorde puxada pelo clima
favorável e alta produtividade das lavouras.
O Brasil teria que exportar mais de 8,5 milhões de toneladas para ajudar o
cenário, mas os grandes exportadores (EUA e Argentina) voltaram a ocupar espaços no mercado internacional. Os preços caíram abaixo do mínimo, o governo entrou no mercado, mas não conseguiu segurar as cotações porque a safrinha de inverno entrou antes do previsto no mercado e em grande volume. As margens estão negativas em quase todas as regiões de produção. E, mesmo onde a situação é melhor, deve haver problemas para saldar dívidas acumuladas.
Na próxima safra, que começa a ser plantada em setembro, a situação deve ser
Mas insuficiente em algumas regiões para garantir boas margens.Os custos de
produção caíram porque houve redução dos preços de defensivos e sementes, mas a rentabilidade deve ficar apertada.
“A margem operacional é boa, mas fica negativa se calcular o pagamento das
dívidas anteriores”, analisa o economista Felipe Prince, sócio da consultoria Agro Security, que presta serviço a vários bancos e tradings do setor.
Richards BL, Whittle SL, Buchbinder R. Neuromodulators for pain management in rheumatoid arthritis. Cochrane Database Syst Rev. 2012 Jan 18;1:CD008921. BACKGROUND: Pain management is a high priority for patients with rheumatoid arthritis (RA). Despite deficiencies in research data, neuromodulators have gained widespread clinical acceptance as adjuvants in the management of patients with
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