ATUALIZAÇÃO
Genética e Meio Ambiente na Etiologia do Parto Prematuro
Gene-environment Interaction in the Etiology of Preterm Birth
Tenilson Amaral Oliveira* Márcia Maria Auxiliadora de Aquino*/** *Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros**Universidade Cidade de São Paulo
pal causa de morbidade e mortalidade perinatal (Creasy & Merkat, 1990). Em nosso meio, segundo estatística da Secretaria Municipal de São Paulo
A etiologia do parto prematuro permanece incer-
(Sinasc/Ceinfo), a cidade apresentou, em 2004,
ta. A maioria dos trabalhos nessa área tem evi-
incidência de 8% de recém-nascidos com peso in-
denciado o papel dos fatores de risco pré-natais,
ferior a 2.500 g (baixo peso ao nascer). Em hospitais
sociais e maternos. Entretanto, ocorre atualmente
universitários de referência, como o Hospital São
grande interesse sobre interação genética e meio
Paulo, da UNIFESP, a taxa de baixo peso ao nascer
ambiente na etiologia do parto prematuro, a par-tir da associação entre infecção do trato genital,
A prematuridade pode acontecer espontanea-
como a vaginose bacteriana e o parto prematuro
mente, decorrente do trabalho de parto prematuro
espontâneo. Sabe-se hoje que polimorfismos nos
(TPP) propriamente dito, ou pode estar relacionada
genes de citocinas interferem em sua própria pro-
à interrupção da gravidez, por complicações que
dução, como também na presença e severidade do
colocam em risco a vida da mãe e/ou feto levando à
processo inflamatório. Um polimorfismo em uma
ocorrência do parto antes de 37 semanas. A preven-
citocina (TNF-2) e a presença de vaginose bacte-
ção do parto prematuro espontâneo, que representa
riana sintomática revelou possível predisposição
de 66 a 80% dos partos pré-termo, é um dos princi-
genética para o parto prematuro. Interação entre
pais desafios do obstetra na assistência pré-natal. genes e meio ambiente assume assim implicação
Existem fortes evidências de associação cau-
importante na pesquisa sobre etiologia, prevenção
sal entre infecção intra-uterina e parto prematuro
e terapêutica do parto prematuro.
(Hillier et al., 1988; Gibbs et al., 1992; Andrews et al., 2000; Goldenberg et al., 2000; Leitich, 2003).
PALAVRAS-CHAVE: Parto prematuro. Vaginose
A entrada de bactérias do trato vaginal baixo na
bacteriana. Predisposição genética.
decídua está associada ao recrutamento de leucó-citos e produção de citocinas. O processo infeccioso que provoca a parturição é mediado por citocinas
inflamatórias, tais como a interleucina-1 (IL-1) e o fator de necrose tumoral (TNF), as quais estimulam diretamente a ação das prostaglandinas deciduais
Apesar do melhor conhecimento dos fatores
e membranas fetais (Simham et al., 2003).
envolvidos na parturição e dos recursos terapêuti-
Citocinas desencadeiam a síntese de pros-
cos à disposição do obstetra para bloquear o traba-
taglandinas no âmnion, córion, decídua e mio-
lho de parto, a incidência de parto pré-termo não
métrio. Como conseqüência, ocorrem contrações
tem declinado nas últimas décadas (Craigo, 1996).
uterinas, dilatação cervical, exposição das mem-
Estima-se que aproximadamente 13.000.000 de
branas e adicional invasão microbiana posterior.
crianças nasçam anualmente antes de 37 semanas
Além disso, como na gestação a termo, metalo-
em todo o mundo. O parto prematuro é a princi-
proteinases são produzidas pelo córion e âmnion,
*HQpWLFD H 0HLR $PELHQWH QD (WLRORJLD GR 3DUWR 3UHPDWXUR
as quais estão implicadas no amadurecimento
hominis e Ureaplasma urealyticum. Apesar do
cervical, degradando a matriz intersticial do co-
substancial crescimento dessas bactérias, a vagi-
lágeno presente no canal cervical (Donders et al.,
nose bacteriana não está associada a sinais de infla-
2003). Apesar dessas evidências, o tratamento com
mação, isto é, a presença de leucócitos vaginais. Por
antibióticos para prevenção do parto prematuro,
isso, essa condição é denominada vaginose e não
com exceção da bacteriúria assintomática (Smaill,
vaginite e é assintomática em aproximadamente
2005), não foi associado à redução da prematuri-
50% das pacientes (Carey et al., 2000).
dade (Lamont, 2003). Como explicação para essa ocorrência, admiti-se a etiologia multifatorial do parto prematuro. Dessa forma, a infecção seria
apenas uma das causas desse processo. Sendo assim, os estudos clínicos, por não atingirem o grupo de pacientes que se beneficiariam dessa
intervenção, não mostraram benefícios que asse-
isolar o agente da então denominada vaginite ines-
pecífica, sendo proposto o nome de Haemophilus
Uma das principais estratégias para avaliar
vaginalis. Este parasita foi caracterizado como de
a inter-relação entre infecção e o parto prematu-
superfície, sem tendência a invasão, justificando a
ro é analisar a resposta do sistema imunológico
inflamação ser um achado infreqüente. Greenwood
do hospedeiro diante da agressão microbial. As
& Pickett, 1980, esclareceram detalhes sobre a
infecções resultam não apenas da invasão micro-
taxonomia da bactéria, passando a chamá-la de
bial, mas da natureza da resposta do hospedeiro.
O diagnóstico clínico da inflamação (dor, rubor,
A causa da vaginose bacteriana é desconhe-
calor e tumor), assim como o encontro do parasita,
cida, mas a condição pode ser considerada como
é insuficiente para avaliar a dimensão da respos-
uma alteração imunológica microbiana vaginal. O
ta imune e suas conseqüências sobre o binômio
método padronizado para o diagnóstico de vagi-
materno-fetal. Faz-se necessário estudar a reação
nose bacteriana é o exame da coloração Gram da
do hospedeiro à agressão de seu ecossistema
secreção vaginal, que foi sistematizado por Nugent
vaginal através dos seus diferentes marcadores
et al., em 1991. Vaginose bacteriana envolve, além
inflamatórios presentes na vagina, buscando um
de alterações na flora vaginal, um aumento no pH
vaginal, normalmente baixo durante na gravidez. Hauth et al., 2003, mostraram que mulheres com pH vaginal maior ou igual a 5 ou pH 4,5 e coloração
de Gram com escore de 9 a 10 tiveram um aumen-to significativo na ocorrência do parto pré-termo considerando as idades gestacionais de 32, 35 e
A presença de lactobacilos é considerada
37 semanas e recém-nascidos com peso inferior a
crucial na acidificação vaginal. Sua redução está
associada ao decréscimo do ácido lático no fluido
Lamont et al., 2003, conseguiram reduzir
vaginal e aumento do pH. Este estado pode coe-
a ocorrência do parto pré-termo em 60% em 409
xistir com diferentes mudanças na flora vaginal
mulheres com flora vaginal alterada, que foram
(anaeróbia e aeróbia), com ou sem inflamação, as
randomizadas para receber creme vaginal de
quais por sua vez pode ser determinada através do
clindamicina a 2% ou placebo. Carey et al., 2000,
número de células inflamatórias (neutrófilos) ou
por outro lado, não observaram em 1953 mulheres
pela medida da concentração e do perfil de vários
assintomáticas com vaginose bacteriana, rando-
mediadores inflamatórios, como as citocinas.
mizadas entre 16 e 23 semanas para placebo ou
A principal alteração no ecossistema micro-
metronidazol, redução do parto prematuro ou baixo
biológico vaginal é denominada vaginose bacte-
peso ao nascer em mulheres, nas quais a coloração
riana. Essa condição está presente em até 15% das
de Gram mostrou escore de 7 a 10, de acordo com
mulheres grávidas e é um fator de risco para o parto
a classificação de Nugent et al., 1991.
prematuro espontâneo, rotura pré-termo de mem-
Portanto, apesar da alteração da flora va-
branas e endometrite puerperal (Lockwood, 1994;
ginal ser considerada um fator de risco para o
Jacobson et al., 2002). Essa alteração é caracteriza-
parto pré-termo, não se sabe se a vaginose bac-
da por um decréscimo no número de lactobacilos e
teriana por si só tem relação de causalidade com
crescimento exagerado de bactérias anaeróbicas e
a prematuridade, ou se sua presença indicaria
facultativas, como mobiluncus, prevotella, Gardne-
um marcador de possível infecção silenciosa do
rella vaginalis, micoplasmas genitais, Mycoplasma
trato genital superior, que poderá ou não levar ao
*HQpWLFD H 0HLR $PELHQWH QD (WLRORJLD GR 3DUWR 3UHPDWXUR
parto prematuro, dependendo da sensibilidade do
ria característica das citocinas, especialmente TNF,
hospedeiro, visto que a maioria das mulheres com
é a indução da expressão da enzima de degradação
vaginose bacteriana chega ao termo da gravidez
da matriz, a qual leva a quebra da matriz extra-
celular e membranas fetais. O alelo TNF-2, uma
Simhan et al., 2003, ao estudarem a presença
variante do gene promotor da TNF, foi identificado
de vaginose bacteriana, estabeleceram dois tipos
e associado à transcrição gênica aumentada.
de resposta do hospedeiro à presença microbiana:
Vários grupos de investigadores têm avaliado
hipo e hiperresponsivas. As hiporresponsivas se-
a associação entre TNF-2 e parto prematuro espon-
riam incapazes de controlar o processo infeccioso,
tâneo. Dizon-Townson et al., 1997, referiram que o
não impedindo o acesso microbiano ao trato geni-
genótipo relacionado ao TNF não foi associado ao
tal superior. Por outro lado, as hiperrresponsivas
parto prematuro. Entretanto, estudo realizado por
desenvolveriam uma resposta inflamatória local
Macones et al., 2004, forneceu fortes evidências de
exacerbada (vaginite clínica) e, assim como as hipor-
uma interação entre suscetibilidade genética, atra-
responsivas, correriam o risco do parto pré-termo.
vés do encontro de carreadores de TNF-2 e fatores
ambientais (vaginose bacteriana sintomática) asso-
presença microbiana, esboçando uma resposta
ciados ao risco aumentado de parto prematuro (OR
inflamatória proporcional à agressão, não sofre-
2,7; IC 95% 1,7-4,5). Segundo os autores, pacientes
riam o efeito adverso da prematuridade. Segundo
com genótipo suscetível (TNF-2) tiveram ocor-
os autores, mulheres com baixas concentrações
rência significativa de partos prematuros quando
de duas ou três citocinas (IL-1 beta, IL-6 e IL-8)
apresentaram vaginose bacteriana, comparadas ao
na secreção vaginal (entre 8 e 20 semanas) têm
grupo com o mesmo genótipo, mas sem vaginose (OR 6,1; IC 95% 1,9-21,0).
mais probabilidade de desenvolver corioamnionite
A discrepância entre os autores pode es-
clínica comparativamente as que não apresentam
tar relacionada à presença do fator ambiental
concentração daquelas ocitocinas abaixo do per-
(vaginose bacteriana) e o tipo de resposta do
centil 25. Entretanto, não existem estudos que
hospedeiro, dependente da sua susceptibilidade
mostrem a associação entre baixas concentrações
genética. Provavelmente, apenas pacientes com
de citocinas e parto pré-termo. Por outro lado,
genótipo TNF susceptível e vaginose bacteriana
concentrações elevadas de IL-6 and IL-8 estavam
sintomática apresentam risco elevado para o
presentes na secreção cervical de gestantes com
infecção intra-amniótica e inflamação (Holst et al.,2005). Essas mulheres tiveram parto dentro de sete dias e/ou antes de 34 semanas (risco relativo: 2,67; variação: 1,50-4,74).
Os avanços obtidos até o momento parecem
insuficientes para impedir ou retardar o parto prematuro. A neonatologia se destaca com redução da morbimortalidade, porém deve ser reconhecido
Fator de necrose tumoral-A (TNF-A) é uma
que as medidas antenatais devem ser implementa-
citocina pró-inflamatória produzida pelos monó-
das para redução dessas taxas elevadas (Alencar Jú-
citos em resposta a produtos microbianos e outras
nior et al., 2005). A prematuridade continua sendo
citocinas. TNF-A é o maior mediador da resposta in-
um problema que desafia o obstetra, uma vez que
flamatória e do choque séptico. A produção de TNF
responde por cerca de 70% das mortes neonatais
pelos monócitos varia consideravelmente entre os
indivíduos e está sob o controle genético. Vários
Sabe-se que a presença da vaginose bacte-
polimorfismos funcionais foram identificados na
riana predispõe ao nascimento pré-termo, contudo
região promotora do gene TNF-A. Um polimorfis-
permanece controversa a eficácia do tratamento da
mo específico no nucleotídeo 308 (freqüentemente
vaginose bacteriana como medida para reduzir a
referida como um alelo TNF-2 nessa posição) está
ocorrência do parto prematuro. Estudos prelimina-
associado à produção aumentada de TNF-A.
res evidenciam uma possível interação entre am-
Muitos investigadores têm atribuído a TNF-A
biente e gene na etiologia do parto prematuro. Essa
papel importante na etiologia do parto prematuro.
hipótese pode contribuir para definir a etiologia,
Romero et al., 1989; Hillier et al., 1993, verificaram
prevenção e o objetivo do tratamento da vaginose
bacteriana na paciente grávida, requerendo, por-
infecção intra-amniótica. Uma ação pró-inflamató-
tanto, mais investigações neste sentido.
*HQpWLFD H 0HLR $PELHQWH QD (WLRORJLD GR 3DUWR 3UHPDWXUR
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The etiology of espontaneous preterm delivery re-
9. Hauth JC, MacPherson C, Carey C et al. Early
mains uncertain. Most of researches in this area have
pregnancy threshold vaginal pH and Gram stain
focused on the role of maternal, social, and antenatal
scores predictive of spontaneous preterm birth
factors as risks of preterm birth. However, given the
in asymptomatic women. Am J Obstet Gynecol
association between genital tract infections (such as bacterial vaginosis) and spontaneous preterm birth,
10.Hillier SL, Martius J, Krohn M et al. A case-
and that polymorphisms in the cytokine genes have
control study of chorioamnionic infection and
been associated with cytokine production and the
histologic chorioamnionitis in prematurity. N
presence and severity of inflammatory processes, there is recent interest about gene-environment inte-
11.Hillier SL, Witkin SS, Krohn MA et al. The
raction in the etiology of spontaneous preterm birth.
relationship of amniotic fluid cytokines and
A polymorphism in inflammatory cytokine (TNF-2)
preterm delivery, amniotic fluid infection, his-
and the presence of symptomatic bacterial vaginosis
tologic chorioamnionitis, and chorioamnion
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Local: Campo Grande Realização: SOGOMAT-SUL Tel.: 55(67)3321-8209 sogomat@terra.com.br www.sogomatsul.org.br
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